Fóton é a partícula elementar mediadora da força eletromagnética, é também o quantum da radiação eletromagnética (incluindo a luz)

Universo Holografico

O Universo como um Holograma



Existe uma Realidade Objetiva ou o Universo é um Fantasma?
Em meados da década de 1980, consolidou-se uma nova perspectiva ao misticismo científico, conhecida como o “paradigma holográfico”, divulgado especialmente por dois livros. Em 1982, o psicólogo Ken Wilber editou a coletânea O Paradigma Holográfico e Outros Paradoxos (traduzido pela Cultrix em 1991), e em 1991 Michael Talbot (falecido precocemente em 1992) publicou O Universo Holográfico (traduzido pela Editora Best Seller, 1992). Mais recentemente, foi lançado um pequeno filme intitulado O Universo Holográfico, seguindo o estilo do Quem Somos Nós?,

O experimento físico tomado por essa perspectiva mística como a chave para os mistérios do Universo é a holografia. A inspiração dessa abordagem vem de duas fontes. Por um lado, o físico David Bohm defendia, na década de 1970, uma nova interpretação da teoria quântica baseada na noção de “holomovimento” (ver o texto “A Ordem Implicada de David Bohm” - clique aqui e leia). Por outro lado, o psicólogo austríaco Karl Pribram apresentou, nessa mesma época, sua teoria “holonômica” do cérebro, que propunha que o processamento de informação no cérebro é semelhante à holografia.

A holografia é uma técnica de armazenamento de informação desenvolvida pelo físico húngaro Dennis Gabor em 1947, e que lhe rendeu o prêmio Nobel de Física de 1971.   


Baseada numa figura, adaptada da Wikipédia, uma maneira de gravar um holograma é utilizar um feixe de luz coerente, como um raio laser, e dividir o feixe em dois componentes.
O primeiro deles incide em um objeto tridimensional, e é refletido em direção a uma placa fotográfica. O segundo componente do feixe serve como “referência”, e interfere com o primeiro na chapa fotográfica.

Após revelar a placa fotográfica, obtém-se o holograma. Para reconstruir a imagem do objeto, basta lançar sobre o holograma um feixe de reconstrução semelhante ao feixe de referência original. Com, isso, o observador tem a ilusão de ver o objeto, sob um certo ângulo. Se o observador se movimenta, a imagem aparece sob nova perspectiva, criando a nítida impressão de um objeto tridimensional.
 

 Cada ponto do filme holográfico recebe luz de todos os pontos do objeto (e também do feixe de referência). Nesse sentido, cada pequena região do filme bidimensional contém informação do objeto tridimensional como um todo, visto de uma certa perspectiva. Se um pedacinho do holograma for cortado, ainda sim se poderá ver a imagem completa do objeto no pedacinho (mesmo havendo perda de nitidez). É nesse sentido que “o todo está contido em cada parte”, como no Aleph discutido no texto “A Ordem Implicada de David Bohm” - clique aqui e leia.

A ideia desenvolvida pelo psicólogo Pribram, a partir de 1966, é que a informação armazenada em nosso cérebro se organiza de maneira semelhante a um holograma, ou, de maneira mais simples, em camadas relacionadas por uma transformação semelhante à “transformada de Fourier” mencionada no texto A ordem implicada de david Bohm, que transforma um pequeno objeto (ou um conjunto de fendas) em uma complexa imagem na tela. Assim, em uma certa camada do cérebro, uma minúscula região estaria conectada a uma extensa região de outra camada (por exemplo, da retina).

Segundo a teoria de Pribram, nosso acesso à memória e mesmo nossa consciência surgiriam de um processo semelhante à reconstrução de um holograma. Porém, não haveria um observador privilegiado que “visse” a imagem reconstruída: o próprio processo de reconstrução equivaleria à nossa experiência subjetiva. Dessa maneira, Pribram explicava experimentos em que uma grande parcela do cérebro de camundongos eram extirpada, e eles ainda conservavam o grosso de sua memória. Detalhes desta teoria holonômica são apresentados no seu livro Languages of the Brain, de 1977.


A reunião das concepções de Bohm e Pribram levou ao “paradigma holográfico”, que Talbot resumiu da seguinte maneira:

“Nosso cérebro constrói matematicamente a realidade objetiva ao interpretar frequências que são, na verdade, projeções provenientes de uma outra dimensão, de uma ordem mais profunda de existência, que está além tanto do tempo como do espaço. O cérebro é um holograma envolvido num universo holográfico” (Talbot, 1992, p. 79)
.
Após apresentar as interessantes concepções de Bohm e Pribram, Talbot passa a interpretar um grande número de alegações parapsicológicas em termos do paradigma holográfico. Isso inclui alegações de psicocinese em experimentos quânticos (Jahn & Dunne, 1987), de transmissão de pensamento durante o sonho (M. Ullman, 1987), de curas milagrosas de câncer por meio de técnicas de mentalização (C. Simonton, 1980) e de milagres religiosos como o surgimento de estigmas e a liquefação do sangue de São Januário. É desnecessário dizer que tais alegações não são aceitas pela ciência estabelecida, constituindo assim um misticismo “desafiador” da ciência (ver texto, “O Dilema do Místico” - clique aqui e leia).

Um misticismo holográfico mais “conciliador” com a ciência poderia defender o holismo – de que todas as coisas do Universo estão interligadas – e poderia defender que há níveis de realidade mais fundamentais, e mesmo que o mundo que percebemos como ordenado no espaço e no tempo é apenas uma ilusão ou construção mental (idealismo subjetivista). Mas uma postura conciliadora não sustentaria a veracidade dos relatos de milagres e da maioria dos relatos parapsicológicos, como faz Talbot e boa parte dos místicos quânticos.

A questão da parapsicologia e da chamada “pseudociência” é polêmica, e suscita tanta carga emotiva quanto discussões religiosas. Não pretendo aqui estabelecer a verdade sobre esta questão, mas apenas ressaltar que a questão é fundamental no debate do misticismo científico, e não pode ser simplesmente deixada de lado em nossas discussões. Se nossa educação científica (nas escolas) fosse menos voltada para a memorização de fórmulas, definições e métodos, e mais voltada para como a ciência pode contribuir positivamente para o desenvolvimento de um cidadão com espírito crítico, certamente o debate sobre a pseudociência teria maior destaque no Ensino Médio, mesmo que conclusões definitivas não fossem estabelecidas.


Vale ressaltar também que as partes principais, tanto na teoria holográfica de Bohm, quanto na de Pribram, podem ser aceitas por uma pessoa não mística, por exemplo um materialista. O que esse recusaria seria apenas a afirmação de que a mentalidade holográfica pudesse se estender para além do corpo humano, mesmo aceitando a existência de uma ordem implicada subjacente ao mundo físico.

Voltando agora para o misticismo holográfico, quer desafiador ou conciliador com a ciência estabelecida, devemos salientar que toda essa discussão tem sido incorporada pelos seguidores da psicologia de Carl Jung, que veem no “inconsciente coletivo” uma manifestação da ordem implicada que se tornaria explícita nas manifestações culturais e psicológicas (incluindo os sonhos) dos diferentes povos humanos. Nessa direção, Talbot dá destaque para Stanislav Grof, psiquiatra que tratava seus pacientes usando LSD, e que explica os estados alterados de consciência e seu alegado acesso ao inconsciente coletivo e a vidas passadas por meio do paradigma holográfico. Grof participou da criação do movimento da “psicologia transpessoal” juntamente com Abraham Maslow, Wilber e outros, no início dos anos 1970, que explora a dimensão espiritual da psicologia humana, ou seja, aquela que transcenderia os limites do indivíduo.

O interesse pelo paradigma holográfico parece ter aumentado nos últimos anos devido ao surgimento de uma nova ideia na cosmologia, conhecida como “princípio holográfico”. Essa ideia surgiu com o ganhador do prêmio Nobel holandês Gerardus ‘t Hooft (1993), em seus estudos sobre buracos negros, e foi desenvolvida por Leonard Susskind, no contexto da teoria das supercordas.

Um buraco negro surge do colapso gravitacional de uma grande estrela, e possui uma densidade tão grande que nem a luz consegue escapar da sua atração gravitacional. Uma grandeza física conhecida como “entropia”, no caso de um buraco negro, é proporcional ao quadrado do raio do buraco, e não a esse raio elevado ao cubo, como seria de se esperar se a entropia estivesse relacionada com a informação espalhada pelo volume do espaço (como no caso de objetos físicos usuais). A ideia então é que toda a física tridimensional de um buraco negro poderia se reduzir às duas dimensões de sua superfície. O argentino Juan Maldacena, que escreveu um artigo de divulgação sobre o assunto no Scientific American Brasil de dezembro de 2005, desenvolveu (entre outros físicos) tais conceitos para o Universo como um todo
.


Fonte Internet:
Reality - the Holographic Universe

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